quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Poetas Suburbanos 3, Preparando o 4º...

Sege ai pra toda a massa um pouco dos poetas suburbanos 3, Esse livreto foi especial porque conseguimos homenagear dois escritores lendarios (Agostinho Neto e Luiz Gama), e também contar om a presença e partici´pação de duas educandoas do projeto "Produção Suburbana" e o Simã Hossi, intercambista Angolano e ativista dos Direitos Humanos. Contamos ainda com os poetas; Felipe Augusto, Bebeto, Gabriel Borghi e Nayara Regina.
E Logo mais, saí ai a ColetÂnea "Poetas Suburbanos 4", ultima do ano, 10 poetas, bem depois passo toda a programação de lançamento...


Nega
(Najla Caroline)


Oh nega vamô acordar?
Tem casa pra arrumar, roupa pra lavar
E mais tarde você ainda vai grafitar
Colocar um pouco mais de cor nessa cidade
Que está ficando sem vida
Dar um pouco mais de vida a periferia
Cresça mais não esqueça da sua raiz, sua origem
Cresça mais não esqueça dos seus ideais
Vê se não se esquece do que você me prometeu
Que nunca, eu disse nunca
Vai deixar ninguém, seja homem ou mulher
Te descriminar só porque você negra, mora no gueto, faz graffiti,
Ou qualquer coisa parecida;
Oh nega vamô acordar vamô?
Você tem que ir trabalhar, tem sua filha pra criar,
Tem contas pra pagar
Você sabe das suas responsabilidades, eu sei disso
Você sabe como é o “mundão” ai fora
Não ta fácil pra ninguém, nem pra você
Que é mãe solteira, tem 3 empregos
E ainda assim arruma tempo pra sorrir
Oh nega, nega já acordou?
Ou ainda vai sonhar criar fantasias
Fantasiar um mundo maravilhoso
Sem preconceitos, descriminação
Sem diferenças sociais, raciais, sexuais e físicas
Oh nega já acordou ou ainda vai sonhar?


Consciencialização
(Agostinho Neto) *Angolano

Medo no ar!
Em cada esquina
sentinelas vigilantes incendeiam olhares
em cada casa
se substituem apressadamente os fechos velhos
das portas
e em cada consciência
fervilha o temor de se ouvir a si mesma
A historia está a ser contada
de novo
Medo no ar!
Acontece que eu
homem humilde
ainda mais humilde na pele negra
me regresso África
para mim
com os olhos secos.

É Lindo Ver a Força do Povo
(Felipe Augusto)

A água da enchente faz brotar a caridade
Empoeirada compaixão dos nossos dias.
Quantos cataclismas são necessários para acender a compaixão?

A fome de tanta gente assistida todos os dias nas ruas da cidade,
Assusta, mas é rotina, não é novidade.
Quanta morte é preciso pra fazer viver um coração?

É lindo ver a força do povo, que fere seu peito de dores alheias;
Toma para si o flagelo;
E doa uma peça de roupa usada,
Um pedaço de pano descolorido pelo tempo.

Quantas tragédias teremos que aguardar,
Até que em nosso peito desperte a vontade própria,
De ajuda sincera, em gesto calado,
Dar sem esperar receber?

Eu quero dar sem esperar receber,
quero dar pra quem quiser comer!
Serei da caridade uma puta infame!
Ou terei que ver anunciada na TV a minha hora de contribuir!? (...)



Adiquira o seu: literaturasuburbana@yahoo.com.br (entrega acima de 15 exemplares)

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